O que é: Glândula suprarrenal em cães

O que é: Glândula suprarrenal em cães

A glândula suprarrenal em cães é uma estrutura vital localizada próxima aos rins, desempenhando um papel crucial na produção de hormônios essenciais para a regulação de várias funções corporais. Essas glândulas são responsáveis pela secreção de hormônios como cortisol, aldosterona e adrenalina, que são fundamentais para a resposta ao estresse, equilíbrio de eletrólitos e metabolismo. A glândula suprarrenal é composta por duas partes principais: o córtex e a medula, cada uma com funções específicas e distintas.

O córtex da glândula suprarrenal em cães é a camada externa que produz hormônios esteroides, incluindo o cortisol, que ajuda a regular o metabolismo de proteínas, gorduras e carboidratos, além de desempenhar um papel importante na resposta imunológica e na redução da inflamação. A aldosterona, outro hormônio produzido pelo córtex, é crucial para o equilíbrio de sódio e potássio no corpo, influenciando diretamente a pressão arterial e a função renal.

A medula da glândula suprarrenal em cães, localizada na parte interna da glândula, é responsável pela produção de catecolaminas, como adrenalina e noradrenalina. Esses hormônios são liberados em resposta ao estresse e são conhecidos por preparar o corpo para a “luta ou fuga”, aumentando a frequência cardíaca, dilatando as vias aéreas e mobilizando reservas de energia. A medula suprarrenal, portanto, desempenha um papel essencial na resposta rápida a situações de emergência.

Distúrbios na glândula suprarrenal em cães podem levar a várias condições de saúde, como a doença de Addison e a síndrome de Cushing. A doença de Addison, ou hipoadrenocorticismo, ocorre quando há uma produção insuficiente de hormônios pelo córtex suprarrenal, resultando em sintomas como fraqueza, letargia, perda de apetite e desidratação. A síndrome de Cushing, ou hiperadrenocorticismo, é caracterizada pela produção excessiva de cortisol, levando a sinais clínicos como aumento da sede e micção, ganho de peso, e alterações na pele e pelagem.

O diagnóstico de problemas na glândula suprarrenal em cães geralmente envolve exames de sangue, testes de estimulação com ACTH e ultrassonografia abdominal. Esses testes ajudam a avaliar a função hormonal e a identificar anormalidades na estrutura das glândulas suprarrenais. Em alguns casos, pode ser necessário realizar uma tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM) para obter uma imagem mais detalhada das glândulas e detectar possíveis tumores.

O tratamento de distúrbios da glândula suprarrenal em cães varia conforme a condição específica. Para a doença de Addison, o manejo geralmente inclui a administração de medicamentos que substituem os hormônios deficientes, como fludrocortisona ou acetato de desoxicorticosterona, além de suplementação com glicocorticoides durante períodos de estresse. No caso da síndrome de Cushing, o tratamento pode envolver medicamentos que reduzem a produção de cortisol, como trilostano ou mitotano, ou, em alguns casos, cirurgia para remover tumores adrenais.

A monitorização contínua é essencial para cães com distúrbios da glândula suprarrenal, pois ajustes na medicação e acompanhamento regular com o veterinário são necessários para garantir o controle adequado da condição. Exames de sangue periódicos são importantes para avaliar os níveis hormonais e a função renal, bem como para detectar quaisquer efeitos colaterais dos medicamentos.

A prevenção de problemas na glândula suprarrenal em cães não é sempre possível, mas a detecção precoce e o tratamento adequado podem melhorar significativamente a qualidade de vida dos animais afetados. Manter uma dieta equilibrada, proporcionar exercícios regulares e realizar check-ups veterinários de rotina são medidas que podem ajudar a manter a saúde geral do seu cão e identificar precocemente quaisquer sinais de doença.

A glândula suprarrenal em cães é, portanto, uma estrutura complexa e vital, cuja função adequada é essencial para a saúde e bem-estar do animal. Compreender seu papel e os possíveis distúrbios associados é fundamental para proprietários de cães e profissionais veterinários, permitindo um manejo eficaz e uma melhor qualidade de vida para os animais.

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Dra. Camilla Espíndula
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